16 de novembro de 2010

Quem se dá com minha expectativa?


Cheio delas me movo em direção a outrem – pessoas, coisas, desejos, situações, sonhos... Mas nenhum desses está programado para correspondê-las da forma como as deixo crescer nesse corpo terreno que sou.

O outrem nunca vem 100% de encontro àquilo que dele espero. Nunca ele o poderá fazer. Seria porque cada cabeça é uma sentença? Seria porque ele nunca poderá adivinhar, milimetricamente, o que eu quero? Seria, simplesmente, porque ele é outro e eu sou eu?

Minha expectativa é tão abusada que, até na leitura, quando o autor não agrada, me faz fechar o livro e só reabri-lo tempos depois. Por enquanto tem apenas dois, mas, quando os livros pela metade começam a acumular, começo a me preocupar. Grau de insatisfação ou expectativa demasiada?

Por vezes, até parece que, parafraseando Vanessa da Mata, tudo o que quero de mim são “irreais, expectativas desleais”. Pois, vão além do que posso e do que podem por mim. Além do que tento e do que, em detrimento do realmente possível, eu me esforço para ser... Alguém de querer mais razoável.

Foto: Odailso Berté

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